Islândia, terra do fogo e do gelo 2018





1º dia
Chegámos ao aeroporto de Keflavik pelas 17h00 locais, de seguida levantamos o Jeep de aluguer e rumamos à capital Reykjavik, que dista cerca de 45 km do aeroporto, e logo na estrada começamos a notar porque a Islândia é única e tão diferente da Europa continental... Para começar o panorama alternava entre campos áridos de origem vulcânica e campos verdejantes mas com uma ausência total de árvores, assim como as casas que são na sua maioria em madeira tradicionais ou modulares mas sempre muito coloridas; também no parque automóvel se notam diferenças pois um terço dos veículos são de origem Norte Americanos e com os veículos todo terreno transformados na maioria tipo "big foot" para se poderem aventurar nas pistas do interior e nos glaciares com os turistas.

Já em Reykjavik, terra da famosa cantora Bjork, cidade com cerca de 180 000 habitantes (a Islândia tem cerca de 350 000 habitantes), pequena em população mas  extensa pois a maioria dos edifícios tem no máximo dois andares, excepção feita ao centro, onde se encontram alguns prédios mais altos e de arquitectura contemporânea.
Feito o "check in" no alojamento e desejosos de começar a nossa aventura, andámos até ao centro da cidade onde a primeira paragem foi a famosa e maior igreja luterana, a "Hallgrimskirkja", esta destaca-se pela magnifica arquitectura que apresenta e lá dentro possui um enorme órgão! Ainda podemos subir ao topo pelo elevador e lá contemplamos a maravilhosa vista para a cidade :)
Descendo cidade a baixo podemos observar várias lojas de comercio, bares,
restaurantes...e muitos turistas! Aqui confirmamos o que já nos tinham dito, o custo de vida é altíssimo!


Hallgrimskirkja


    Vista da cidade a partir do topo da torre da igreja Hallgrimskirkja




Não só os jipes, mas também os mini bus e muitos autocarros são preparados para aguentar as adversidades das pistas do interior e travessia de rios.


2º dia
De manhã bem cedo saímos do alojamento e demos inicio da nossa "road trip"! Conduzimos cerca de 40 km para o interior até atingir o Parque Nacional de Thingvellir, a nossa primeira paragem, onde se podem ver as enormes falhas das placas tectónicas Norte América e Euro-Asiática e onde foi realizada a primeira sessão parlamentar da Islândia em 930 dc, de seguida rumámos para sul para visitar as cascatas de Seljalandsfoss e pelo caminho fomos constatando que a agricultura local se baseia na criação de bovinos, cavalos e ovelhas, que por sinal, preenchem muito bem a paisagem :)
Passámos também pelas cascatas de Skógafoss para depois fazermos uma caminhada de 10 km em Sólheimasandur num campo de pedra e areia escura que nos dava a sensação de estar na lua, em que por fim atingimos o objectivo da nossa caminhada, a carcaça de um avião DC3 da marinha Norte Americana que em 1973 realizou uma aterragem de emergência, mas que apesar do aparato, toda a tripulação se salvou; hoje lá abandonado, é uma "Meca" para os turistas! Antes ainda de conduzir uns quilómetros para trás na N1 até ao alojamento, fizemos um caminho de terra, onde só os 4x4 eram admitidos, para visitar um farol em Vik...que paisagem maravilhosa! Vik é a vila mais a sul da Islândia. No final ainda aproveitamos para ver a famosa praia local de areia preta de Vikurbraut.
Total do dia 264 km

     Parque Nacional de Thingvellir











Cascatas de Seljalandsfoss






Cascatas de Skógafoss






Sólheimasandur







Vista do farol perto de Vik









Praia de areia preta de Vikurbraut






3º dia
Como costume, partimos cedo para esta etapa que nos levou até ao interior... A primeira paragem foi na zona geotérmica de Geysir, este que foi o que deu o "nome" a estes fenómenos encontra-se adormecido mas a 30 metros ao lado encontra-se o Strokkur que faz as delicias dos turistas com os seus jactos de água e vapor a cada 5 minutos. De seguida foi a vez das cascatas de Gullfoss e com estas terminam as atracções do famoso circulo dourado (cerca de 80% dos turistas só visitam a capital e o circulo dourado). Uns km após Gullfoss tomámos a pista F335 (no interior não há estradas pavimentadas e as pistas de terra são designadas de F) para chegar ao glaciar de Hagavatn, ficámos a 1 km de o atingir, pois a forte corrente provocada pelo degelo do mesmo não permitia a transposição do rio a jusante. Gorado o objectivo de atingir o glaciar tomámos a estrada F35 que nos levou até Heravellir; cerca de 100 km de contrastes de paisagens desérticas alternadas com verdejantes campos em que somente se viam ovelhas "perdidas" no meio do nada chegando a fazer-nos pensar que se encontram em estado selvagem na natureza. Chegados a Heravellir tivemos a sensação de estar num oásis (a aldeia mais próxima encontra-se a 80 km) pois o parque de campismo fica situado num campo geotermal rudimentar onde se podem tomar banhos de agua quente numa pequena piscina natural. Neste camping, muito frequentado pelos "aventureiros", podemos observar inúmeros jipes e camiões 4x4 de alemães, franceses e holandeses... Mesmo sendo Julho o vento que se fazia sentir aliado a um chuvisco fizeram os termómetros estarem perto dos 0º graus durante a noite!
Total do dia 260 km
                               
Zona geotérmica de Geysir Hot Springs











Cascatas de Gullfoss





Hagavatn


Heravellir


















4º dia
Com o frio que se fez sentir na tenda durante a noite, de manhã impôs-se um pequeno almoço quente, estilo "buffet", no restaurante do camping. Que delícia!
De seguida fizemos os restantes 80 km da pista F35, também apelidada de "Kjolur route", e entrámos novamente na N1 (única estrada pavimentada que dá a volta completa ao país) mas desta feita no norte do pais. Seguindo até  Mývatn, onde pudemos observar um belo lago, visitamos Dimmuborgir e as suas magnificas formações de lava, passámos Krafla (campo de lava) e chegámos a Stora Viti onde se pode observar uma gigantesca "cratera" com água no seu interior ladeado por um campo geotérmico e onde existe uma grande central para aproveitamento da energia térmica natural e transformar-la em electricidade.
Terminámos o dia num turismo rural em Skútustadir com vista para o lago de Myvatn.
Total do dia 350 km

Atenção na travessia dos rios, correntes fortes


Cavalos Islandeses
Ovelha Islandesa, uma das raças mais puras do mundo

                                                      


Cascatas de Godafoss


Lago de Mývatn





 Formações de lava de Dimmuborgir



Stora Viti








5º dia
Partimos cedo para as cascatas de Dettifoss, estas que são consideradas as mais potentes de toda a Europa, realmente são impressionantes e o mais curioso é que a cerca de 800 metros a montante encontram-se as cascatas de Selfoss também muito interessantes!... Mas como o momento alto do dia ia ser uma actividade de barco em Husavik para avistamento de baleias marcada para as 13h00, por isso tínhamos 1h30 para percorrer os cerca de 90 km que separavam Dettifoss de Husavik dos quais 45 km pela pista F862 (encontra-se em obras para ser pavimentada) mas o Jeep fez jus à fama que a marca ostenta e conseguimos chegar mesmo a tempo a Husavik, esta que é considerada a "capital" dos avistamentos de baleias da Islândia e a prova disso é a existência de três empresas dedicas aos avistamentos de baleias e papagaios do mar (em inglês puffin). Feito o "check in" e chegados ao barco vestimos o macacão de protecção térmica que nos foi facultado, seguidamente o barco deixou o porto e nessa mesma altura o guia informou-nos que iríamos direccionados a uma praia no fjiord que fica no lado oposto da enseada que banha Husavik, pois uma baleia tinha ficado presa na areia, uma situação anormal nesta região e que requeria uma rápida intervenção, tanto para salvar a baleia "encalhada", assim como evitar que os membros da sua  família que se encontravam por perto a tentar "ajudar" também fiquem em identica situação, com os barcos turísticos conseguiu-se afastar um pouco os outros membros da família e uma equipa na praia com um tractor e um barco semi-rígido na rebentação tentavam desencalhar a pobre baleia... Passada cerca de um hora o guia, Inaki de nacionalidade espanhola, informou-nos que o esforço das equipas de resgate tinha sido inglório e que a baleia não tinha resistido. Durante isto, lá íamos avistando os imponentes mamíferos marinhos a fazerem uma ou outra gracinha, alternadas pelas passagens de um ou outro papagaio do mar (puffin), foi então que o Inaki nos explicou que as baleias se encontram naquela enseada em busca de comida, pois os dois rios que lá desaguam são ricos em salmão e trutas. Já no caminho de  retorno a terra o guia serviu um chocolate quente que soube muito bem para contrariar o frio que se fazia sentir! Chegados ao porto deixámos cair por terra a visita ao museu da baleia pois já estava a fechar.
Depois desta aventura, rumámos a Akureyri, segunda cidade da Islândia com 17 000 habitantes muito virada para o turismo e para o sector portuário, e aqui pernoitámos no Hotel Edda, que não é mais do que um dormitório para estudantes proveniente dos locais mais remotos durante o ano lectivo, e na época alta recebe os turistas, onde a maior parte dos funcionários são os próprios estudantes.
Total do dia 285 km



Cascatas de Dettifoss 






Avistamento de baleias em Husavik

                                                       







  Husavik

                                                       

6º dia
Após um saboroso pequeno-almoço no hotel, o primeiro objectivo do dia era visitar o museu da aviação islandês de Akureyri, mas tivemos que deixar cair por terra a visita pois o museu só abria ás 11h00 e ainda com 400 km de estrada pela frente até Reykjavik, e uma ou duas paragens programadas até lá, ia ficar apertado... Seguimos viagem, 100 km feitos e foi a vez da policia nos parar; o motivo? Excesso de velocidade! Paga a multa e como tristezas não pagam dividas, lá continuamos a nossa rota. Em Blonduos saímos da N1 para a 744 e posteriormente para a pista F745, pista esta que contorna a península a norte de Blonduos, como retorno deste desvio de 60 km foram as fantásticas paisagens das falésias que pudemos apreciar, inclusive chegámos mesmo a avistar um Iceberg que deambulava à deriva no mar, sendo um acontecimento não muito comum nesta zona da Islândia, leva-nos o pensamento para as alterações climatéricas! :/
Voltando à N1 e continuando para Reykjavik estrada fora, os campos de rocha vulcânica repetiam-se, até que a cerca de 30 km chegámos ao túnel de Hvalfjorour, (única secção de estrada com portagem em toda a Islândia) com cerca de 6 km que passa por debaixo do mar numa enseada mas que nos evita cerca de 60 km pela estrada antiga.
Já na capital, fomos pousar as malas e tomar um banho quente e lá voltámos nós ao centro da cidade para ver alguns pontos que tinham ficado por ver no primeiro dia. Um deles foi o Harpa Concert Hall (Harpa Auditório e Centro de Conferência), este magnifico edifício construído em vidro e aço teve como inspiração as lindas auroras boreais (que apenas podem ser observadas no inverno) e nas magnificas paisagens islandesas! "A fachada escultural de vidro da casa de concertos e centro de conferência de Reykjavík brilha no porto, reflectindo a água e a energia da cidade".
Outro ponto foi Sólfar ou Viajante Solar, situado na costa da cidade, com vista para o Monte Esja, apresenta-se como uma magnifica escultura em aço reluzente que evoca um barco mítico viking numa viagem onírica até ao sol. Depois disto passeámos noite a dentro (era dia porque no verão não há noite, o céu apenas escurece um pouquinho) pelas ruas desta linda cidade observando as suas ruelas repletas de casinhas coloridas :)

   Panoramas da pista F745





Iceberg


Reykjavik

Auditório Harpa


Viajante Solar
                                                       





 Ao fim do dia é habitual ver-se carros clássicos a andarem pelas ruas

                                     


7º dia
Tomado o pequeno-almoço, fomos comprar umas lembranças na capital... Seguimos para a Blue Lagoon, mas aqui tivemos a desilusão do dia, pois estava com lotação esgotada e nós não tínhamos feito reserva antecipada (aqui está mais um motivo para voltarmos). Sendo assim, prosseguimos para uma ronda por algumas atracções na península de Reykjanes, entre elas a famosa Ponte sobre a falha das placas Euro-asiáticas e Americana, onde é possível estar com um pé na Europa e outro na América! Ao fim do dia e já em Keflavik junto ao aeroporto, onde ficaríamos então alojados nesta última noite na Islândia, devolvemos o Jeep e jantámos num restaurante asiático. Antes de irmos para o alojamento descansar ainda houve tempo para passear um pouco pela marginal junto ao mar aproveitando assim as nossas últimas horas neste pais mágico do fogo e do gelo!




Península de Reykjanes 







                                                 Keflavik





8º dia
E pela madrugada, com o transporte já à espera lá seguimos nós para o aeroporto contemplando uma vez mais aquelas belas paisagens que nos rodeavam e, claro, já a pensar na próxima visita! :)
Apanhámos o avião de volta para a Europa Continental.
Até à próxima Islândia!

  Para breve conselhos e dicas e o vídeo 😉

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Comentários

  1. Muito Bom! Ficamos felizes por vocês. Obrigado por partilharem as vossas deambulações. Abreijos e até breve.

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